Enquanto o substantivo Clínica, grafado com C, nos remete ao signo grego "clínicos", referente ao ato de inclinar-se sobre o leito que adoece, o termo Klínica, derivado de "klinâmen", tem sua referência na filosofia atomista de Epicuro, onde designa o desvio que permite aos átomos, ao caírem no vazio em virtude de seu peso e de sua velocidade, se chocarem articulando-se em novas composições.
Klinicar é, portanto, produzir e manter uma tensão constante entre os processos de subjetivação molares e moleculares, criando dispositivos mobilizadores de desterritorialização, reexistência e criações. A tarefa da klínica esquizoanalítica consiste em acompanhar o desejo intensivo no ponto onde ele está e criar condições de possibilidades para que este se efetue em uma experiência de existir mais potente.